Assunto sempre presente aqui, a construção civil é um setor que cresce exponencialmente, do mesmo modo que os desafios em sustentabilidade, demandando ações efetivas para melhores práticas e alinhamento à jornada ESG.
Fazendo um panorama, de acordo com um estudo do Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUMA) e a Aliança Global para Edifícios e Construção (GlobalABC), o setor foi responsável por 37% da energia operacional global e das emissões de CO₂ relacionadas a processos, aumentando para pouco menos de 10 Gt de CO₂, além do consumo de energia chegar a 132 exajoules, mais de um terço da demanda global, em 2022.
Para melhorar o cenário, diversas indústrias que orbitam no setor se empenham em ações para tal redução, a exemplo da Aperam Bioenergia, especializada no setor de carvão vegetal, que reuniu seus fornecedores em Belo Horizonte, MG, para engajá-los na descarbonização de toda a cadeia produtiva do aço, em um esforço conjunto e integrado. Atualmente, 78% das emissões totais da companhia estão ligadas ao Escopo 3, que corresponde às emissões indiretas de gases de efeito estufa.
A moinha de carvão, coproduto gerado a partir da degradação do carvão vegetal durante o transporte e manuseio, é um destaque. Devido ao seu alto valor energético, é comercializada com empresas parceiras que a utilizam como matéria-prima para fins energéticos, como a aplicação diretamente no solo como biochar, contribuindo para a retenção de água e nutrientes, além de atuar na estocagem de carbono, gerando créditos.
“Nós já fazemos isso, e os resultados mostram que é possível reduzir custos, gerar novos negócios e, ao mesmo tempo, fortalecer a competitividade. Queremos que nossos fornecedores também se beneficiem dessa jornada. Contem conosco como parceiros, para que possamos avançar juntos nesse propósito”, explica Rodrigo Heronville, diretor de Gente e Gestão da Aperam.
Redução com impacto positivo na construção
A catarinense Krona, com expertise nos segmentos de construção civil, decoração e agrícola, detentora de cinco marcas comerciais, contabiliza que 2024 reciclou mais de 900 mil quilos de resíduos, entre papel, plástico, metal, pallets e papelão. A renda, de R$ 381 mil, foi destinada a projetos de educação, cultura, sustentabilidade, segurança, esporte, responsabilidade social, inclusão e saneamento básico desenvolvidos e apoiados pelo Instituto Krona, braço social da corporação.
“Evidenciamos que o compromisso ambiental, quando aliado a políticas sociais consistentes, potencializa transformações significativas dentro e fora da empresa. Temos a premissa de que reciclar vai além da preservação ambiental, é uma ferramenta para promover justiça social”, comemora Fernando de Oliveira, presidente do Grupo Krona.
Por Keli Vasconcelos – Jornalista
Foto: Divulgação – Aperam
