As Pequenas Centrais Hidrelétricas (PHCs), conhecidas por terem entre cinco e 30 megawatts (MW) de potência e menos de 13 km² de área de reservatório, apesar do nome, estão ganhando ainda mais força e robustez quando o assunto é fonte de energia renovável com menor impacto ambiental e sua contribuição para descentralização da matriz energética.
Segundo a ABRAPCH, associação do setor, as PCHs são correspondem a 3,5% de toda a capacidade instalada do sistema interligado nacional. Para GleyseGulin, diretora de assuntos ambientais da entidade, essas estruturas são fontes de energia essenciais para a segurança hídrica e energética do país.
“Em um sistema com participação cada vez maior de fontes intermitentes, como solar e eólica, a energia segue firme de base das hidrelétricas, de todos os portes. Num curto prazo as PCHs e Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs) são fundamentais para atuar na base do sistema, pois são fontes que podem ser ligadas e religadas muito rapidamente, robustecendo o fornecimento de energia nos momentos de rampa (maior consumo) ou quando as eólicas e solares estão inoperantes pela falta de sol ou vento”, pontua a gestora.
O Paraná é um dos estados de mais destaque, que, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), abriga 126 complexos deste tipo em operação, com potência outorgada total de 15.668 Megawatts (MW), figurando o segundo lugar e perdendo apenas para o Pará, com 22.393 MW. A PCH Lúcia Cherobim, no Rio Iguaçu, entre Porto Amazonas e Lapa, nas proximidades de Curitiba, é uma das mais recentes a funcionar. “É um ótimo modelo da política sustentável em vigor no estado, porque não interfere no fluxo do rio. Canaliza a água sem alterar a vazão, e sem grande reservação, para gerar energia elétrica. Um exemplo de inteligência ambiental, de avanço energético e de sustentabilidade”, comemora Rafael Greca, secretário de Estado do Desenvolvimento Sustentável, ao jornal Paraná Centro.
Certificação Verde para PCHs
Outro bom exemplo vem da Atiaia Renováveis, empresa de geração e comercialização de energia renovável do Grupo Cornélio Brennand, foi agraciada com o Selo de Hidreletricidade de Baixo Carbono (LowCarbonLabel), na PCH Porto das Pedras, MS. Segundo a empresa, a PCH Porto das Pedras operou, entre 2023 e 2024, com intensidade de emissões inferiores a 100 gCO₂e/kWh, superando os critérios estabelecidos pela certificadora, indicando que a usina geradora está alinhada com padrões internacionais de baixo carbono e atendendo aos requisitos estabelecidos pelo GHG Protocol (Protocolo de Gases de Efeito Estufa), além de ser considerada como um “sumidouro de emissões”, ou seja, absorveu mais GEE do que emitiu.
“Receber esse selo por dois anos seguidos à PCH é a consolidação do nosso compromisso com a sustentabilidade no setor elétrico brasileiro. O reconhecimento reforça nossas práticas ESG e valida nossos esforços em entregar energia renovável e de baixo carbono e contribuir ainda mais para a transição energética global e um futuro mais limpo”, destaca Paulina Sarubbi, gerente de ESG da Atiaia Renováveis.
Por Keli Vasconcelos – Jornalista
Foto: Divulgação – Atiaia Renováveis
