Evidente que cidades inteligentes se expandam sem deixar de lado as soluções ambientais é necessário o aumento de tecnologias que sejam convergentes com esse propósito, por meio de redes capazes de transmitir grandes volumes de dados com baixa latência. A demanda se espraia em energias e sistemas ainda mais potentes, a exemplo do 5G.
E sua dependência é crescente: de acordo com um levantamento da Associação Brasileira das Empresas de Gerenciamento de Riscos e Tecnologias de Rastreamento e Monitoramento (Gristec), houve um crescimento de 10,3% nas estações 5G, enquanto o 2G continua em queda, representando menos de 5% das antenas em operação no país.
“Avançamos rapidamente na adoção do 5G, mas também há urgência para migração tecnológica. Ainda há milhões de dispositivos operando em redes 2G e 3G, e a substituição precisa ser planejada para evitar interrupções em serviços essenciais”, explica Bruna Medeiros, presidente da Gristec, ao Technibus.
5G e eficiência energética
Eis que surge a dúvida: estamos preparados para tantas mudanças que estejam alinhadas com a sustentabilidade? Fazendo um panorama, a Agência Internacional de Energia (IEA) estima que os data centers consumiram cerca de 415 TWh em 2024, equivalente a 1,5 % do consumo global de eletricidade, e projeta aquisições ainda maiores com a expansão de inteligência artificial (IA), rede 5G e aplicações em nuvem.
Já no Brasil, a matriz energética avançou expressivos 10.853,35 MW em 2024, número recorde segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), e dessa nova capacidade instalada 91,13 % provém de fontes solar e eólica. Pedro Al Shara, CEO da TS Shara, indústria nacional fabricante de nobreaks, analisa que a transição contou com aporte renovável dominante nesse salto, algo que pode ser articulado com ambições de rede sustentável.
Na outra ponta, o gestor frisa que a resposta exige encarar o fato de que cada salto tecnológico vem acompanhado de maior demanda por energia. “A mesma hiperconectividade que demanda mais energia pode ser uma ferramenta para reduzir emissões, porém a base energética precisa ser sólida, limpa e confiável. Se quisermos que a era do 5G seja lembrada não apenas pela velocidade de conexão, mas também pela responsabilidade ambiental, teremos de assumir que não existe digital sem energia”, aponta o gestor.
Data centers: um desafio em energia
Se em estruturas tecnológicas modestas a demanda por energia limpa é um ‘quebra-cabeça’, nos data centers, o desafio é tão robusto quanto essas estruturas, que exigem, por exemplo, a utilização de baterias de alta performance sem prejudicar o meio ambiente.
A Powersafe, fabricante brasileira de baterias, desenvolveu sistemas de armazenamento energético combinados com geração renovável para operadoras de data centers, além de versões em chumbo puro, voltadas exclusivamente à cadeia de energia crítica, como em grandes bancos de dados e inteligência artificial (IA).
Já no que se refere ao ESG, a companhia comemora a logística reversa de 200 toneladas de baterias inservíveis, destinadas conforme a legislação vigente. “A energia elétrica competitiva é o coração da infraestrutura digital e nosso compromisso é garantir que seja segura, eficiente e sustentável”, comenta Leandro Alvares, diretor de operações da Powersafe.
Por Keli Vasconcelos – Jornalista
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