O reajuste de 6,11% na tarifa de água autorizado pela Arsesp, previsto para vigorar em 2026, promete pressionar o orçamento de empresas de diversos setores. Embora o governo estadual afirme que não há aumento real — classificando o reajuste como simples recomposição inflacionária após a privatização — o impacto financeiro sobre atividades que dependem intensamente do recurso será significativo.
Segundo o advogado e especialista em Direito Empresarial, Lucas Marchi, o cenário exige atenção das áreas financeira, jurídica e de operações. “Mesmo sendo reposição inflacionária, o aumento gera reflexos concretos no fluxo de caixa. Em empresas industriais, laboratoriais, hospitalares, alimentícias e de serviços que utilizam água como insumo estratégico, o efeito é imediato.”
Tarifa reajustada
Marchi orienta que companhias revisem contratos de fornecimento, analisem cláusulas de repasse de custos e fortaleçam o planejamento jurídico para evitar disputas futuras. “É fundamental fazer uma radiografia contratual, avaliar riscos regulatórios e alinhar previsões orçamentárias. A atuação preventiva salva recursos e reduz litígios.”
O especialista também destaca que o momento é adequado para acelerar iniciativas de eficiência. “Programas de redução de consumo, tecnologias de reúso e monitoramento contínuo deixam de ser apenas boas práticas — são ferramentas de competitividade em cenários de volatilidade tarifária.”
Para Marchi, empresas que incorporam a gestão hídrica ao planejamento estratégico tendem a se tornar mais resilientes. “A volatilidade de tarifas públicas precisa entrar definitivamente na agenda de gestão. Quem antecipa riscos e estrutura governança sólida sai na frente.”
