Um estudo inédito feito entre o Instituto de Pesquisa em Sustentabilidade (SRI) da empresa Schneider Electric, em parceria com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), revela que o Brasil é forte protagonista na descarbonização, por contar com benefícios como uma matriz majoritariamente renovável e rica em recursos naturais; potencial em hidrogênio verde e central na preservação de ecossistemas, ou seja, fatores que contribuem na transição energética global.
Até 2050, se mantiver os avanços das energias renováveis, haverá a redução em até 60% as emissões, levando o país à neutralidade de carbono sem a necessidade de tecnologias de captura, e a participação da eletricidade no consumo final saltará de 18% para 58%, consolidando-se como uma “potência industrial verde”, estima o estudo (íntegra aqui).
“Uma de nossas principais conclusões preliminares é que o país está em posição única para modernizar sua economia de modo a atingir maior prosperidade e liderança em indústrias verdes dada sua extraordinária dotação de energias renováveis. Com esse avanço, a descarbonização tende a ocorrer simultaneamente”, afirma Rafael Segrera, presidente da Schneider Electric para a América do Sul e chair do grupo de trabalho “Habilidades e Empregos Verdes” da Sustainability Business COP (SB COP), iniciativa empresarial da Confederação Nacional da Indústria (CNI) para o desenvolvimento sustentável.
Consulta pública em prol da neutralidade
O MDIC, em parceria técnica com a CNI, lançou uma consulta pública, intitulada Estratégia Nacional de Descarbonização Industrial (ENDI), como foco a colocar a sustentabilidade no centro do desenvolvimento econômico de setores estratégicos da indústria, buscando ampliar a competitividade e gerar empregos.
Estruturada em quatro eixos (pesquisa e desenvolvimento, inovação e capacitação profissional; insumos descarbonizantes; estímulo à demanda por produtos de baixo carbono; financiamento e incentivos), a estratégia envolve setores de siderurgia, cimento, químico, papel e celulose, alumínio e vidro, reunindo ações que levem, por exemplo, a criação de mercados para produtos de baixo carbono, a ações para o momento presente e projeções até 2050.
“A indústria do futuro é de baixo carbono, e a ENDI vai fortalecer a produção nacional, aumentando a competitividade da indústria brasileira em um cenário global que exige baixas emissões. Mais uma vez, o Brasil mostra que está na liderança global quando falamos de sustentabilidade”, afirma Geraldo Alckmin, vice-presidente da República e ministro do MDIC.
As contribuições seguem até janeiro de 2026 e podem ser acessadas neste link.
Por Keli Vasconcelos – Jornalista
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