O descarte de resíduos eletrônicos acima de 30 quilos – como geladeiras e máquinas de lavar – sempre representou um problema para o consumidor final e um grande desafio para a indústria, que, pela legislação brasileira, deve recuperar ao menos 17% do volume produzido. Com o objetivo de atender às demandas de toda a cadeia, aliando eficiência operacional e responsabilidade socioambiental, a Circular Brain desenvolveu o primeiro sistema próprio de logística reversa para coletas domiciliares desses equipamentos.
No ano de 2024, o projeto já havia alcançado resultados expressivos: foram 1.558 coletas realizadas e mais de 428 mil quilômetros percorridos, reforçando o compromisso da empresa com a sustentabilidade e a inovação no setor.
Mesmo sendo uma iniciativa inédita, a Circular Brain identificou a necessidade de avaliar os impactos ambientais de sua operação e iniciou um estudo para tornar a logística mais eficiente e sustentável em 2025, com foco especial na redução das distâncias percorridas nas coletas.
“Como parte de um ecossistema de economia circular e signatária do Pacto Global da ONU, entendemos que não faria sentido resolver um problema e, ao mesmo tempo, criar outro: o impacto ambiental do transporte”, destaca Teresa Sita, Gerente de ESG da Circular Brain.
Solução para coletas domiciliares
A solução foi concebida a partir de três pilares essenciais: ambiental, com foco na redução das emissões de CO₂; financeiro, diante do alto custo operacional para transportar individualmente cada equipamento; e social, ao transformar a coleta em fonte de renda para os operadores locais. “No início, as coletas eram realizadas exclusivamente por transportadoras, o que fazia com que a renda da operação ficasse concentrada nessas empresas, sem beneficiar o reciclador regional. Além disso, os equipamentos percorriam longas distâncias entre estados, gerando uma quilometragem elevada e, consequentemente, maior impacto ambiental”, explica Caio Lambert Negro, Diretor de Logística da Circular Brain.
Após um estudo aprofundado, a Circular Brain desenvolveu um modelo inovador de Logística Sustentável, que capacita e fortalece operadores regionais para a remoção de resíduos acima de 30 quilos. O projeto-piloto, iniciado em março de 2025, já apresenta resultados expressivos: 37% de aumento nas coletas, redução de 52% nos custos operacionais – diretamente repassados aos recicladores – e menos 54 mil quilômetros rodados em comparação à malha logística do ano anterior.
Benefício social
Além dos ganhos ambientais e econômicos, há também um benefício social: “o material recolhido permanece no local para desmontagem, o que permite ao operador lucrar duas vezes – na coleta e na comercialização dos componentes”, destaca Caio.
A experiência de um único operador na Paraíba mostra como, em poucos meses, é possível transformar oportunidades em ganhos concretos, com resultados acima de 10 salários mínimos no período, gerando impacto real na comunidade. O pagamento é feito por quantidade de coletas e quilometragem percorrida, uma vez que as coletas são solicitadas pelo site e podem ser feitas em qualquer município brasileiro. “Essa iniciativa é um exemplo prático de quando a Sustentabilidade se traduz em valor e estratégia de negócio para todas as áreas da empresa”, explica Tereza Sita, Gerente de ESG da Circular Brain.
A nova logística da Circular Brain, além de mais sustentável, trouxe avanços significativos: fortaleceu o ecossistema de reciclagem e elevou a qualidade do serviço oferecido à população. “O reciclador tem um compromisso natural com a coleta. Isso garante maior cuidado em todas as etapas – desde o atendimento ao cliente, passando pela agilidade da operação, até a retirada responsável do resíduo para a destinação final”, destaca Caio.
Atualmente, as novas operações já respondem por 45% das coletas e a projeção é que, até o final de 2026, a logística sustentável represente mais de 80% das solicitações. “Estamos expandindo continuamente essa operação. O lucro obtido com as coletas permite que novos operadores invistam em seus próprios meios de transporte, ingressando nesse processo. É uma cadeia que se retroalimenta: mais eficiência, mais sustentabilidade e mais geração de renda — onde todos saem ganhando”, finaliza Caio.
Foto: Circular Brain/Divulgação
