ESG

Do lúpulo ao carbono neutro: cervejarias se alinham ao ESG

Do lúpulo ao carbono neutro cervejarias se alinham ao ESG - Fitec Tec News

O mercado cervejeiro no Brasil é um dos mais prestigiados do planeta e quando o assunto é sustentabilidade, os pilares ESG estão impulsionando ainda mais essa modalidade de negócio. Em números, o país figura o terceiro lugar como maior mercado mundial, segundo o Sindicato Nacional da Indústria da Cerveja (SINDICERV). Globalmente, o setor de cervejarias movimenta US$ 878 bilhões, sustentando 33 milhões de empregos diretos e indiretos. De cada 100 empregos pelo mundo, um está na cadeia cervejeira.

Diversas são as iniciativas para produção mais sustentável da bebida, que vão de campanhas de conscientização ambiental, bom uso da água, até o reaproveitamento de um dos elementos importantes nesse processo, o lúpulo. Trata-se do aproveitamento do residual dessa planta durante o dry hopping, técnica de extração a frio de compostos de lúpulo, que contribuem nas características sensoriais.

Segundo Érica de Oliveira Dias, mestranda Profissional em Ciência e Tecnologia de Alimentos do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), e Luciana Cardoso Nogueira, professora Doutora no Mestrado Profissional em Ciência e Tecnologia de Alimentos do IFRJ, o tema é atual e está sendo estudado,  com resultados satisfatórios, em que nas análises físico-químicas foram encontrados óleos, resinas e polifenóis, sendo possível o armazenamento desse lúpulo para utilização de cervejas menos lupuladas, ou seja, menos amargas.

“Além de explorar o potencial de sustentabilidade ambiental nas cervejarias, a viabilidade econômica e a redução de custos, também é uma estratégia de economia circular que pode admitir a realização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), como o ODS 9 – construir infraestruturas resilientes, e o ODS 12 – consumo e produção responsáveis”, escrevem as pesquisadoras, em artigo ao Food Connection.

 

Pioneirismo das cervejarias na descarbonização

 

A Santos Cervejeiros é a primeira cervejaria artesanal do Estado de São Paulo a receber o selo Carbono Neutro, certificação que reconhece empresas que compensam integralmente suas emissões de gases de efeito estufa (GEE) em suas operações.

O reconhecimento foi resultado de um processo de auditoria conduzido pela AKVO ESG, especializada em medição e compensação de carbono, que confirmou a neutralização de aproximadamente 32 toneladas de dióxido de carbono equivalente (CO₂e) geradas nas operações, o que envolve ações como reaproveitamento de resíduos orgânicos e grãos de malte para panificação artesanal e compostagem, parte de sua energia elétrica de fonte solar por assinatura.

“A validação da neutralização envolveu análises do consumo de energia, gás e transporte de insumos e resíduos, abrangendo emissões diretas e indiretas (escopos 1 e 2) e parte das indiretas do transporte (escopo 3). Ser carbono neutro vai muito além de obter um selo. É a comprovação de que é possível crescer sem perder a essência artesanal e sem abrir mão da responsabilidade ambiental”, afirma Mariana Nogueira, sócia e gerente de marketing da cervejaria.

Por Keli Vasconcelos – Jornalista

Foto: Divulgação

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