Mudanças Climáticas

Ecoansiedade está em alta e expõe a urgência de ações em torno dos reflexos da crise climática na saúde mental

Ecoansiedade está em alta e expõe a urgência de ações em torno dos reflexos da crise climática na saúde mental - Fitec Tec News

Os eventos climáticos que estamos enfrentando além de gerar espanto e comoção, podem causar o adoecimento somente em pensar na hipótese de um fenômeno meteorológico mais intenso. Eis que surge a ecoansiedade, também conhecida por ansiedade climática, um sentimento de impotência diante desse cenário, o que gera impactos emocionais e físicos.

Tanto é que de 25% a 50% das pessoas que enfrentaram um evento climático extremo, como incêndios e inundações, desenvolveram problemas de saúde mental, alerta a Associação Americana de Psicologia. O assunto também desperta curiosidade: um levantamento da fornecedora Bulbe Energia revelou um aumento de 295% nas buscas pelo termo “ecoansiedade” no Google, entre os meses de janeiro a agosto deste ano.

Luciana Zanetello, psicóloga hospitalar no Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago da Universidade Federal de Santa Catarina (HU-UFSC/Ebserh), que estuda os impactos nas pessoas que passaram por desastres climáticos extremos, ressalta que a intensidade dessas respostas varia conforme o nível de exposição ao evento e o apoio recebido. “Muitas pessoas demonstram resiliência e os sintomas diminuem com o tempo. É importante retomar suas práticas cotidianas, o que auxilia na recuperação. Restabelecer rotinas ajudam a devolver uma sensação de normalidade e previsibilidade, mantendo uma alimentação equilibrada, praticando exercícios físicos e proporcionando um sono regular”, explica.

 

Ecoansiedade na pauta nas corporações

 

ESG não pode excluir a busca pelo bem-estar, o que engloba, discutir sobre a agenda climática nas corporações. Vale lembrar que isso também engloba conversas entre os times, o que pode gerar episódios de ansiedade climática. Uma pesquisa da Vidalink, especializada em planos de benefícios de bem-estar às empresas, com informações de mais de 10 mil colaboradores em 220 companhias do país, mostrou que 41% dos profissionais se sentem ansiosos na maior parte dos dias, e 17% relatam sentimentos de angústia e ansiedade combinados.

Empresas cujo DNA está pautado nessa jornada sustentável precisam falar de ecoansiedade, com espaços no ambiente de trabalho para tal diálogo e, principalmente, políticas de ESG bem implementadas e consolidadas, inspirando a todos se sentirem parte da solução. “A ecoansiedade afeta o emocional de forma profunda e duradoura. As empresas têm a responsabilidade de criar um ambiente de apoio e oferecer recursos que ajudem os colaboradores a gerenciar essa nova forma de ansiedade”, destaca Luis González, CEO e cofundador da Vidalink, ao RH pra Você.

 

Por Keli Vasconcelos – Jornalista

 

Foto: Freepik

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *