Sustentabilidade

Especialistas dão dicas de como tornar os condomínios mais sustentáveis

Especialistas dão dicas de como tornar os condomínios mais sustentáveis - Fitec Tec News

Captação de água da chuva, conjunto para coleta seletiva, incentivo para redução do consumo de água e luz, ações educativas. As alternativas são inúmeras que os condomínios podem tomar para que condôminos e administradores estejam em consonância com a sustentabilidade, independentemente do tamanho desse estabelecimento.

E essa conscientização está crescendo: segundo a GBC Brasil, principal órgão certificador dos chamados “edifícios verdes”, o Brasil conta com 3,5 mil construções certificadas ou em fase de certificação, sendo a LEED uma das mais usadas, presente, aliás, em 153 países.

Para Laís Soares, sócia-diretora do Grupo Atitude Serviços, gradualmente a responsabilidade ambiental vem sendo incorporada à rotina, criando um novo padrão de convivência urbana. Além dos exemplos citados, a empresária destaca a digitalização como um avanço quando o assunto é, literalmente, administrar os papéis documentais em todas as atividades de um condomínio comercial e residencial.

“A substituição de documentos impressos, como os balancetes, por versões eletrônicas vai além da modernização administrativa. Trata-se de uma atitude concreta de economia de recursos e redução de resíduos e essa simples decisão contribui significativamente, refletindo uma consciência ambiental alinhada às urgências do nosso tempo”, frisa a gestora, em artigo ao Diário do Nordeste.

 

Erros mais comuns e como evitá-los

Na outra ponta, muitas pessoas ainda se sentem confusas na aplicabilidade dessa jornada ESG. Rubens Lopes, especialista em gestão de resíduos e fundador da Eko Bee, que atua nesse setor, explica em alguns condomínios atendidos pela empresa em Curitiba e região metropolitana do Paraná, o volume de resíduos enviados aos aterros caiu em até 60% em apenas um ano, graças ao gerenciamento eficiente dessa tarefa: o segredo está em encarar o lixo como parte da gestão condominial e não apenas como algo a ser descartado, salienta.

“O síndico tem um papel central na mudança de hábito. Com pequenas ações, é possível transformar um problema recorrente em oportunidade de economia, valorização do imóvel e bem-estar para todos”, afirma o gestor.

Além da questão dos resíduos, outros pontos precisam ser levados em conta. Lopes enumera que o engajamento de todos os atores é fundamental em ações como evitar a mistura de recicláveis e orgânicos, destinação correta de eletrônicos e pilhas, locais apropriados dentro das edificações para o acondicionamento desses resíduos, bem como adoção de um calendário de recolhimento e informe com clareza e antecedência sobre a coleta e o destino do lixo. “Quando o condomínio entende que lixo é recurso, todos ganham: moradores, síndicos, cidade e meio ambiente”, endossa.

 

Consciente desde a planta

Uma boa prática vem da Fischer Group, incorporadora voltada para empreendimentos ‘boutique”, que traz ao país o conceito “edifício-árvore”, que será construído em Balneário Camboriú, SC.Denominado AurisResidenze, o empreendimento conta com fachada em concreto aparente pigmentado e brises projetados para reduzir a incidência solar e conforto térmico nos ambientes em 16%, reduzindo em até 42% o uso de ar-condicionado e 26% de energia, bem como sistemas de reaproveitamento de águas cinzas e pluviais, prometendo a economia em até 52% de consumo de água.

“No panorama mundial, a adoção do modelo de economia circular na construção civil está avançando muito e percebemos que temas como eficiência energética, reaproveitamento de materiais e retrofit, redução na geração de resíduos e a neutralização do carbono, serão cada vez mais centrais nesses debates. Por isso buscamos aplicar cada um desses elementos no projeto, como o uso de matéria-prima local, para reduzir a pegada de carbono nas operações logísticas”, destaca Marco Cassamonti, arquiteto italiano e autor do projeto.

Por Keli Vasconcelos – Jornalista

Foto: Freepik

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