Sustentabilidade

Mais matas e menos poluição mostram importância de restaurar rios e matas ciliares

Mais matas e menos poluição mostram importância de restaurar rios e matas ciliares - Fitec Tec News

Uma pesquisa recente da Fundação SOS Mata Atlântica reforça as atenções para a preservação de rios e matas ciliares: o Rio Tietê, embora sua extensão de água imprópria para usos múltiplos (a “mancha de poluição”) tenha diminuído de 207 km em 2024 para 174 km em 2025 (redução de 15,9%), o número de pontos classificados como de boa qualidade caíram de três para apenas um (1,8%), enquanto a maioria se manteve entre as categorias regular (61,8%), ruim (27,3%) ou péssima (9,1%).

Com 1,1 mil quilômetros da nascente à foz, o Tietê atravessa o estado de São Paulo e, mais uma vez, o levantamento intitulado “Observando o Tietê” revelou que essa bacia não obteve pontos classificados como ótimos. “Apesar de oscilações anuais, a qualidade do Tietê permanece altamente vulnerável e não há sinais consistentes de recuperação duradoura”, afirma Gustavo Veronesi, coordenador do projeto Observando os Rios na SOS Mata Atlântica.

 

Conservação dos rios e matas

 

A entidade destaca que a fórmula governança, mobilização e ciência cidadã é crucial para tomadas de decisões e atitudes em prol dos rios. Há três décadas, o Projeto Tietê surgiu a partir da mobilização popular, tornando-se um marco na luta por rios limpos e continua a exigir continuidade, aceleração e transparência. “Hoje, rebatizado de Integra Tietê, enfrenta um cenário mais complexo, com a privatização da Sabesp e a necessidade de ampliar a capacidade regulatória do Estado”, salienta comunicado.

Para Malu Ribeiro, diretora de políticas públicas da SOS Mata Atlântica, algumas as soluções baseadas na natureza são cruciais, o que envolve além da recomposição das matas ciliares, a criação de parques lineares, recuperação de nascentes, proteção das corredeiras e descentralização do tratamento de esgoto. “Para que o Tietê avance de forma consistente, é fundamental adotar planos integrados de gestão da bacia, capazes de articular saneamento básico, uso do solo, proteção e restauração da Mata Atlântica e fortalecer os instrumentos de governança hídrica e adaptação às mudanças climáticas”, frisa.

 

Educação ambiental no país

 

Como vimos, a conscientização é essencial para medidas preventivas. No Extremo Oeste de Santa Catarina, onde a agropecuária é a principal atividade econômica, a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Epagri) realiza ações de conscientização ambiental, que vão desde o monitoramento de áreas de preservação permanente, construção de cercas, e plantio de mudas nativas, aliadas à educação ambiental das comunidades, com apoio de escolas, entidades e prefeituras.

Em quase duas décadas de atuação, o projeto Solo, Água e Ambiente, tocado pela Epagri, restaurou 100 km de mata, localizadas às margens de córregos, rios e mananciais hídricos. “A produção agrícola, se não for conduzida de forma sustentável, pode levar à perda de habitat, contaminação do solo e água, e diminuição da diversidade de espécies. No entanto, pode ser aliada na preservação ambiental e da biodiversidade, adotando práticas sustentáveis que minimizem os impactos negativos e promovam a saúde dos ecossistemas”, destaca Clístenes Antônio Guadagnin, extensionista e líder da ação.

 

Por Keli Vasconcelos – Jornalista

Foto: Divulgação / Epagri

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