Água e efluentes

Reúso de águas cinzas se torna prioridade em empreendimentos e na legislação

Reúso de águas cinzas se torna prioridade em empreendimentos e na legislação - Fitec Tec News

Muito embora concentre 8% das reservas mundiais de recursos hídricos superficiais, o Brasil enfrenta períodos de estiagem severos, o que demanda a busca por soluções rápidas e, principalmente, que agridam ainda mais o meio ambiente, para o abastecimento populacional. Eis que temos as alternativas mais conhecidas, como as cisternas, até projetos mais robustos, como reúso de água da chuva, mecanismos de recirculação, além de metais sanitários e descargas com controle de vazão nas residências, o que têm reduzido o desperdício e elevado a eficiência hídrica em empreendimentos residenciais de várias cidades. O reúso das  águas cinzas (saídas de chuveiros, lavatórios, tanques e máquinas de lavar roupas), fazem parte dessas alternativas.

Na outra ponta, o uso inteligente da água potável é um ponto a ser melhorado nesse contexto, já que ainda muito comum a utilização em descargas, lavagem de carros, calçadas e rega dos jardins. Para tanto, o tratamento de águas cinzas permite coletar a água utilizada em chuveiros e lavatórios, tratá-la em uma estação instalada no próprio edifício e utilizá-la nas descargas sanitárias.

“É uma forma de usar duas vezes a mesma água, que demanda a instalação de mais tubulações e sistema de filtragem, mas a economia é significativa. Os dados mais recentes de um de nossos residenciais, por exemplo, mostram que, em setembro, foram utilizados 663 m3 de água pelos moradores, sendo 535 m3 de água potável e 128 m3 de águas cinzas. Ou seja, a redução do consumo de água potável foi de mais de 19%”, informa Vinícius Hanser, gerente de engenharia da AGL, incorporadora curitibana que fornece soluções para redução de até 20% o consumo de água nos condomínios.

 

Melhor manejo das águas cinzas

O tema também está nas negociações políticas. Recentemente, a Comissão de Desenvolvimento Urbano da Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei que cria a Política Nacional de Gestão e Manejo Integrado de Águas Urbanas, abrangendo águas pluviais (chuva) e águas cinzas (saídas de chuveiros, lavatórios, tanques e máquinas de lavar roupas).

Dentre os destaques da proposta em tramitação está o reúso planejado das águas cinzas sendo considerado serviço ambiental, sujeito a pagamento como prevê a legislação. A obrigatoriedade de implantação está para empreendimentos que gerem impermeabilização do solo superior a mil m² ou em municípios com mais de 100 mil habitantes com histórico de enchentes; projetos de regularização fundiária em áreas urbanas; edifícios públicos; indústrias (conforme regulamento); e prestadoras de serviços de saneamento, informa matéria da Agência Câmara de Notícias.

Por Keli Vasconcelos – Jornalista

Foto: AGL/Divulgação

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