Tecnologias

Tecnologia ajuda na detecção de perdas e conservação de recursos hídricos

Tecnologia ajuda na detecção de perdas e conservação de recursos hídricos

Com secas prolongadas e enchentes históricas se tornando cada vez mais comuns, os países buscam na tecnologia por soluções que minimizem riscos, prevejam desafios e, principalmente, garantam um abastecimento mais resiliente para todas as populações. E não é para menos: de acordo com o relatório “Estado dos Recursos Hídricos Globais 2024”, da Organização Meteorológica Mundial (OMM), vinculada à ONU, mostra que apenas um terço das bacias hidrográficas no mundo registrou condições normais em 2023 e as demais enfrentaram desequilíbrio, seja por excesso ou escassez de água. “A água sustenta nossas sociedades, movimenta a economia e é essencial para os ecossistemas. Mas está cada vez mais sob pressão. Sem dados confiáveis, estamos voando às cegas”, alerta Celeste Saulo, secretária-geral da OMM, Celeste Saulo, à CNN.

Outro dado que chama a atenção vem dos EUA: segundo o Instituto de Pesquisa de Sustentabilidade da Schneider Electric, o país lidera no mundo em consumo de água per capita, com 1.802 galões por pessoa. Na outra ponta, 20% da água tratada, ou 7 bilhões de galões (suficiente para abastecer Nova York por uma semana) são perdidos todos os dias por vazamentos em tubulações, com uma média de 260 mil rompimentos de adutoras por ano, ou um a cada dois minutos.

 

Recursos hídricos: da conexão à ação

Uma das soluções está em digitalizar a infraestrutura hídrica, ou seja, na transformação de um risco oculto em uma vantagem estratégica. Segundo a Schneider Electric, que desenvolve tais tecnologias para cidades e empresas, a detecção de vazamentos em tempo real a gêmeos digitais que simulam e otimizam o fluxo de água, podem reduzir perdas, aumentar a confiabilidade e fortalecer a performance operacional.

“A gestão eficaz da água não é uma tarefa fácil, mas temos uma oportunidade clara e uma responsabilidade coletiva de adotar a automação e estratégias hídricas mais inteligentes para evitar colocar em risco o crescimento econômico e a resiliência urbana”, afirma Sophie Borgne, presidente do Segmento de Água e Meio Ambiente da companhia.

 

Diretamente de Marte

A Águas do Rio, concessionária do grupo Aegea que atua em 27 cidades fluminenses, incorporou ao seu Programa de Redução de Perdas (2022) um satélite, que já foi usado para buscar sinais de água em Marte, para detectar vazamentos invisíveis a olho nu, muitas vezes escondidos sob várias camadas de asfalto. Segundo a concessionária, essa tecnologia detectou 2.726 possíveis vazamentos apenas em 2024, e desses, 2.144 foram confirmados em campo, uma taxa de assertividade de 80%.

“O apoio dessa tecnologia e de outras ações do programa fez com que 18 bilhões de litros de água tratada deixassem de ser desperdiçados em 2024, volume suficiente para abastecer mais de 300 mil de pessoas por ano. Cada vazamento que conseguimos eliminar representa água limpa devolvida ao sistema. Quando bem aplicada, a tecnologia pode ser uma grande aliada da sustentabilidade e da justiça social”, comemora Anselmo Leal, presidente da Águas do Rio.

Por Keli Vasconcelos – Jornalista

Foto: Divulgação – Águas do Rio

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