Em mundo dominado por concreto, pressa, greenwashing e crises climáticas que desafiam todos os setores, já está mais que constatado o investimento em áreas verdes, tornando-as inclusive ativos ambientais, é um valor real – e essencial – não somente para a economia, mas para o bem-estar e melhor qualidade de vida à sociedade.
Para se ter uma dimensão desse cenário, um estudo feito por pesquisadores da Escola Superior de Agricultura da Universidade de São Paulo (USP), com mais de 200 artigos científicos de várias partes do mundo, revelou que 94% dos estudos reportaram efeitos positivos das pessoas em espaços com mais preservação da natureza, e apenas 8,95% relataram efeitos neutros e nenhum negativo foi observado.
Na prática, os ativos ambientais são representam áreas, práticas e serviços ambientais que geram valor econômico, como créditos de carbono, sistemas agroflorestais ou manejo de solo e da água. Indo além das exigências regulatórias, podem ser uma diferenciação às corporações que buscam mercados mais exigentes e conectados a pautas ESG.
Marcelo Brito, engenheiro de alimentos e consultor ESG, endossa que o Brasil tem potencial de protagonismo. “O país possui um ativo ambiental sete vezes maior do que a França. Se transformarmos essa potencialidade em negócios, com legalidade e rastreabilidade, podemos não só proteger o meio ambiente, mas também ampliar a competitividade”, salienta o gestor, ao Jornal do Brás.
Regulamentação
Manter a floresta em pé e beneficiar-se dela de forma sustentável é preponderante. Tanto é que recentemente, o Senado discutiu regras para a securitização de ativos ambientais.O Projeto de Lei (PL) 3.433/2024 estimula o financiamento de empresas de infraestrutura que promoverem inovações tecnológicas sustentáveis.
Segundo o texto, as interessadas deverão criar uma sociedade de propósito específico (SPE), que será a titular dos ativos e responsável pela emissão dos títulos. “O modelo proposto fortalece a economia verde, canalizando recursos para iniciativas que mitigam os impactos das mudanças climáticas e preservam a biodiversidade”, argumenta, à Agência Senado, senador Fernando Farias (MDB-AL), que deu parecer favorável ao PL de autoria de Fernando Dueire (MDB-PE).
“Trata-se de um avanço ao alinhar o desenvolvimento econômico com a sustentabilidade ambiental, promovendo transparência e segurança jurídica para investidores e beneficiários”, continua Farias.
Áreas verdes
Um dos grandes desafios nas grandes cidades está na harmonia entre as edificações, cada vez mais presentes, e a preservação ambiental. O tema também está em pauta por parte de incorporadoras, a exemplo da FGR Incorporações, com operações em Goiás, que está tocando o condomínio Jardins Montreal, que tem uma área verde preservada de 113 m², contribuindo efetivamente para o conforto térmico num contexto de microclimas. “É a grande protagonista do projeto, e os lotes e casas mais próximos das matas são os primeiros a se esgotarem, já que permite mais moradores morarem perto da mata. Vale lembrar que será possível fazer trilhas, piquenique e outras atividades em meio às árvores e, ainda, desfrutar de um lago com 3 a 4 mil metros quadrados de espelho d’água integrado à área verde preservada”, comenta Bruna Prado, coordenadora comercial da empresa.
Por Keli Vasconcelos – Jornalista
Foto: FGR/Divulgação
