ESG

Especialistas debatem, em evento híbrido, estratégias para ESG como vantagem competitiva

Especialistas debatem, em evento híbrido, estratégias para ESG como vantagem competitiva - Fitec Tec News

Com a COP30 despontando nos noticiários, não raro encontrarmos uma série de informações sobre estratégias ESG, o que agita as empresas que estão em busca não apenas de engajamento, mas em reconhecer os impactos que suas operações podem causar.

No entanto, pesquisas mostram que esse caminho, mesmo exitoso, ainda gera dúvidas e incertezas. De acordo com um levantamento recente da consultoria Deloitte e do Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (IBRI), seis em cada dez empresas planejam se adequar às normas de sustentabilidade internacionais adotadas (ISSB – International Sustainability Standards Board) somente em 2026 – ano em que a integração de relatórios financeiros e de sustentabilidade se tornará obrigatória.

Mas sabemos que as ações sustentáveis das organizações não se fixam somente em métricas e discursos, mas em ações para agora, sendo inclusive uma vantagem competitiva importante. Esses e outros insights nortearam o painel “ESG como Estratégia de Negócios – Transformando compromissos sustentáveis em vantagem competitiva”. Tive a oportunidade de realizar a cobertura virtual deste painel como jornalista do Portal Tec News. O evento que sediou a discussão foi o ESG Forum, um evento híbrido promovido pelo TI Inside, um portal de notícias especializado em negócios do mundo digital, e realizado no dia 6 de novembro.

 

O ESG muito além da credibilidade

Um dos tópicos do painel, que encabeçou o evento cujo eixo central foi ESG na Prática: O Futuro Sustentável dos Negócios, tratou do entendimento das corporações sobre esses pilares não apenas visto como tendência passageira, mas uma estratégia de negócios permanente, contínua e, principalmente, competitiva em um mercado cada vez mais dinâmico.

Regina Teixeira, diretora sênior de Assuntos Corporativos e Relações Governamentais na PepsiCo Brasil (alimentos e bebidas); Luciana Arouca, diretora de Sustentabilidade da JLL (setor imobiliário, com foco em locações); Ivo Kanashiro, superintendente de Sustentabilidade da MAPFRE (seguros); e Leticia Marins, gerente de sustentabilidade da Alloha Fibra (internet) nortearam a conversa, sublinhando a necessidade de parcerias, escuta ativa de todas as pessoas envolvidas dentro e fora das organizações, e principalmente, com pautas não  focadas em índices e siglas, mas nas realizações empregadas que fazem a diferença ao planeta.

A seguir, alguns insights.

Comunicação, impacto social e relações corporativas

Primeiro assunto discutido, todos os palestrantes enfatizaram a relevância de levar a agenda para fora da empresa, envolvendo consumidores, governo e, principalmente as parcerias.

“Precisamos olhar a agenda de ponta a ponta, colaborando também com políticas públicas em prol da sociedade. O papel do setor privado é de implementar e acelerar a agenda ESG. Os desafios da emergência climática nos impõem essa mudança e sentimos isso como indivíduos e também como empresa”, frisou Regina Teixeira, elencando o programa Pepsico Positive, com metas e bônus interligados ao ESG dentro da corporação.

Luciana Arouca, da JLL, também frisou que o compromisso ESG não pode ser só de responsabilidade da empresa, mas de todas as pessoas e a comunicação é essencial para traduzir e auxiliar nesse ponto de mudança. “Somos uma empresa de consultoria global do mercado imobiliário, setor esse que responde por 40% das emissões globais. E somos corresponsáveis por trazer soluções nesse setor. Para isso, é traduzir a comunicação de nossos reports para todas as pessoas, facilitando a linguagem e engajando colaboradores. Quando falamos de sustentabilidade, subentende-se que todo mundo sabe disso, mas efetivamente é muito mais complexo. A comunicação é a chave, precisa-se, portanto, detalhar melhor esse propósito, até para sobrevivência do negócio. Não é apenas sobre empresas, mas sobre pessoas”, disse.

Já Ivo Kanashiro destacou o MAPFRE na Favela, oferta de produtos a partir de necessidades reais para empreendedores nas comunidades.  “O Brasil é a segunda operação global da empresa e o mutualismo faz parte do DNA do setor de seguros, especialmente aqui. Somos a primeira seguradora a oferecer seguros dentro das favelas e nosso programa ESG, revisado a cada três anos, destaca ações de acessibilidade e endossamos as parcerias com outras empresas, pois tudo isso engloba uma sinergia de propósitos e de escala”, pontuou.

Por fim, Leticia Marins comentou que as operações da Alloha Fibra estão focadas não nos grandes centros, mas no chamado Brasil profundo, ou seja, localidades, especialmente no Nordeste, desabastecidas de internet fixa de qualidade, o que agrega os pilares ESG nas operações. “Levar internet fixa para as casas de mais de 7 milhões de pessoas desse perfil gera inclusão e desenvolvimento social. Isso perpassa na educação, como levarmos internet para escolas parceiras. A sustentabilidade é uma oportunidade de eficiência e ESG não é só sobre Ambiental, Social e Governança, mas também ‘É Sobre Grana’. Ou seja, quando eu invisto em uma empresa que tem o ESG aplicado, tem uma cadeia de serviços mais robusta, menos vulnerável, com menos problemas trabalhistas, e, principalmente, mais responsável pelos seus atos”, enfatizou a gestora.

Reputação, relação com investidores, retenção de talentos e combate ao greenwashing também foram parte da conversa, cujo palco foi a Faculdade Impacta, em São Paulo, além de transmissão pela internet.

Por Keli Vasconcelos – Jornalista

 

Foto: Keli Vasconcelos

 

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