A demanda cada vez mais forte por data centers e, consequentemente, da Inteligência Artificial, estão, literalmente, tirando o sono de gestores e entidades sobre mitigação de emissões. A Agência Internacional de Energia sobre Inteligência Artificial (AIE) estima que até 2030 o uso da IA vai dobrar, passando a representar 3% de todo o consumo mundial de energia elétrica.
Fazendo mais um panorama, um relatório da União Internacional de Telecomunicações (UIT) revelou que o consumo de eletricidade pelos data centers que sustentam a IA aumentou 12% entre 2017 e 2023. Para piorar, Amazon, Microsoft, Google e Meta, quatro gigantes de tecnologia por IA, tiveram aumento de 150% em suas emissões de carbono.
“É um crescimento quatro vezes mais rápido do que o da oferta de eletricidade no mundo. E esses dados alarmantes ressaltam a necessidade urgente de gerenciar o impacto ambiental da IA”, endossam UIT e Nações Unidas (ONU).
Para Zachary Dominique, Global Head of Data Centers Sales da Danfoss Climate Solutions, a adoção de tecnologias eficientes é guiada por três pilares centrais: “Aumentar a eficiência energética, reduzir o uso de água e reaproveitar o calor produzido na operação. Soluções já disponíveis no mercado conseguem atender a esses três objetivos ao mesmo tempo, abrindo caminho para data centers mais sustentáveis e preparados para lidar com essa crescente”, comenta.
Resfriamento sustentável para IA
Outro ponto que gera debate é o resfriamento dessas centrais e o reaproveitamento térmico de forma inteligente. Uma das soluções está em sistemas fechados de liquid cooling, processo capaz de aumentar a eficiência energética em 15%, com capacidade superior de remover o calor gerado pelos equipamentos, além de facilitar o reaproveitamento térmico, permitindo que o calor residual para aplicações industriais ou de aquecimento.
Para Egídio Ferraz, South LATAM Sales Manager da Vaisala, empresa de medição ambiental e industrial, o resfriamento líquido e a evolução de sistemas térmicos são tecnologias que vêm ganhando fôlego justamente por conta dessas atuais questões, o que reforça a maior produção de recursos em todo o mundo.
“Com o avanço das cargas de trabalho de IA e o aumento da densidade por rack, novos produtos em resfriamento, monitoramento e eficiência energética estão redefinindo o padrão de operação de ambientes críticos no país”, explica, ao Cenário Energia.
Por Keli Vasconcelos – Jornalista
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