Falamos aqui anteriormente de pesquisas que apontam um desconhecimento da população sobre temas como a emergência climática e a COP30, a ocorrer em novembro em Belém, o que demonstra a necessidade de um letramento sobre esses temas e suas vertentes. Para tanto, entidades, imprensa e demais organismos estão se mobilizando, por meio da tecnologia, para levar informações e conteúdo aos mais diversos públicos.
Um deles é o curso gratuito online “Clima e Sociobiodiversidade – Formulando Soluções de Futuro” (acesso aqui), fruto de uma parceria entre o projeto brasileiro de jornalismo investigativo com foco na alimentação O Joio e o Trigo e o Instituto Socioambiental (ISA). Ao longo de 14 aulas, Jessi Alves, bióloga, educadora e comunicadora socioambiental, explica assuntos muito difundidos pela imprensa, mas que geram dúvidas, como mercado de carbono, racismo ambiental e emergência climática.
“Queríamos contribuir de alguma forma para que, de um lado, lideranças de povos e comunidades tradicionais se apropriassem do léxico e dos conceitos que povoam fóruns como a COP. E, de outro, aproveitar a atenção gerada pelo evento para sensibilizar tomadores de decisão sobre a centralidade absoluta desses mesmos povos e comunidades às saídas que todos nós tanto precisamos”, comenta Maíra Mathias, co-coordenadora do projeto.
Letramento ambiental nas empresas
Falar disso no ambiente corporativo, especialmente quando as empresas estão se engajando na agenda ESG, também requer entendimento por todos os times. Para tanto, a NetZero Collab, empresa de educação em sustentabilidade, criou a Jornada Agro 5.0 (pago, acesso aqui), um aprofundamento em assuntos que orbitam a área, como integração entre tecnologias e práticas sustentáveis para técnicas de agricultura de precisão, lavoura-pecuária-floresta e manejo do solo.
“Sustentabilidade não é ideologia, é, sim, eficiência, competitividade e legado. O curso é uma trilha educacional que une ciência e gestão para capacitar executivos e produtores rurais em temas como terra, carbono, crédito e inovação tecnológica”, explica Anauyla Batista, fundadora da iniciativa, ao EaeMáquinas.
Na sala de aula
Nos estabelecimentos de ensino, um evento da magnitude da COP30 é a oportunidade dos docentes uma oportunidade para introduzir o assunto com atividades práticas e fomento de pesquisas. No caso das crianças, os professores podem aplicar dinâmicas sobre a relação dos pequenos com o meio ambiente e o clima.
“A Base Nacional Comum-Curricular (BNCC) destaca que a Educação Infantil deve oportunizar experiências que promovam a consciência ambiental, o respeito à diversidade e o engajamento com questões sociais e ecológicas. Assim, ao introduzirmos temas de forma lúdica e significativa, plantamos as sementes de uma geração mais consciente e responsável”, conta, ao Jornal do Brás, Elaine Baptista, coordenadora Pedagógica na Educação Infantil de Anglo Alante Jundiaí (SP).
Por Keli Vasconcelos – Jornalista
Foto: Dmytro Sheremeta; Freepik
