Já falamos anteriormente de iniciativas que despontam no país a favor da universalização do saneamento, especialmente no chamado Brasil profundo, ou seja, regiões vulneráveis onde o acesso é ainda desafiador. E não é para menos, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), três a cada 10 lares não têm serviço de esgoto. Uma dessas ações de enfrentamento vem da We Are Water Foundation (Fundação Nós somos água, em tradução livre do inglês), criada pelo Grupo Roca, especializada na produção e comercialização de itens para o espaço de banho.
Presente nas regiões Norte e Nordeste, as mais afetadas pela falta de infraestrutura de saneamento, a fundação atua conjuntamente com entidades como a Visão Mundial, implementando cisternas de captação e armazenamento de água, estruturas para lavagem das mãos e atividades educativas sobre saúde e prevenção de doenças.
Destaque para a entrega de 30 cisternas no sertão de Alagoas, ampliando o acesso à água potável em regiões historicamente secas. “Nosso propósito é oferecer soluções concretas e sustentáveis para as populações que mais precisam. A água é um recurso limitado e essencial, e levá-la a quem não tem acesso é um dever coletivo”, contab Luiz Cláudio Pinto, diretor da We Are Water Foundation no Brasil.
Universalização de água e esgoto para povos originários
O mês de novembro é lembrado pelo Dia Mundial do Saneamento Básico (19/11), instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2013 para conscientização sobre o tema e alcançar seu Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS), ou seja, a universalização até 2030.
Durante a COP30, a Secretaria de Saúde Indígena (SESAI) levou pautas sobre a ampliação desse acesso aos povos originários, por meio do Programa Nacional de Saneamento Indígena (PNSI) e da Rede Nacional de Saneamento Indígena (RNSI), ações que têm a cooperação técnica com parceiros como o UNICEF e o Hospital Israelita Albert Einstein, proporcionando o manejo adequado de resíduos e água nesses territórios.
“Precisamos fazer um debate profundo, com o espírito democrático, e discutir influências externas, como o impacto do garimpo ilegal nos territórios indígenas e a presença do agronegócio que, de algum modo, leva o problema dos agrotóxicos para perto das aldeias”, alertou o secretário Weibe Tapeba (SESAI).
Por Keli Vasconcelos – Jornalista
Foto: Divulgação We Are Water Foundation
