Adotar energia solar ou trocar as lâmpadas? Conscientizar os times ou contratar uma consultoria para fazer um diagnóstico completo sobre o sistema energético das operações? Essas e muitas são as resoluções e planos que as empresas estão fazendo para 2026, o ano que se inicia, e quando o assunto envolve a jornada sustentável, as práticas ainda são mais desafiadoras.
A Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel) estima que em 2025, 86% da energia gerada por usinas solares centralizadas no Brasil foi destinada a consumidores livres, ou seja, o dado revela que a migração para o Mercado Livre de Energia não é motivada apenas por economia, mas também por metas de descarbonização e compromissos ESG.
“Antecipar-se é uma forma de garantir competitividade e maior previsibilidade financeira, pois empresas que compreendem seu perfil de consumo e adotam ferramentas de gestão digital já começam a reduzir custos e se posicionam mais estrategicamente para negociar quando esse mercado estiver totalmente aberto”, afirma Vitor Piva, diretor-executivo da Erco Energia, empresa colombiana especializada em soluções energéticas sustentáveis.
Segundo o executivo, mapear o perfil de consumo; revisar o contrato atual com a distribuidora de energia; adotar gestão digital e monitoramento contínuo; avaliar a viabilidade da migração; e escolher parceiros especializados são os cinco passos a serem feitos para preparar a empresa para atuar no Mercado Livre de Energia.
“A energia precisa deixar de ser encarada apenas como um custo e passar a ser tratada como um ativo estratégico. Empresas que adotarem essa visão sairão na frente na nova era do setor elétrico”, frisa Piva.
Consumo energético inteligente: o desafio em 2026
Outra pesquisa mostra que a jornada ESG está nos planos de oito em cada 10 brasileiros para 2026, de acordo com a Descarbonize Soluções, especializada em energia solar e sustentabilidade.
O estudo ressalta que 48% afirmaram já estar planejando mudanças concretas, enquanto 31% querem mudar, mas ainda não sabem como e 14% pretendem fazer ajustes, mas se conseguirem encaixar os novos hábitos na rotina. E o consumo energético, fazendo uma retrospectiva, foi o tópico mais difícil de reduzir para 39% dos entrevistados.
Para Patrick von Schaaffhausen, CEO da Descarbonize Soluções, ainda existe um hiato entre ficar nos planos e tirá-los do papel e enfatiza a necessidade de entender que a sustentabilidade não pode ser somente uma pauta de marketing.
“O tema precisa se consolidar como uma estratégia real, pois iniciativas pontuais não geram transformação real. São as ações diárias que fazem diferença, com mudanças que façam parte de toda a cadeia de produção das empresas”, conclui o gestor.
Por Keli Vasconcelos – Jornalista
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