Mudanças Climáticas

Pesquisas mostram percepção sobre impactos na saúde por conta da emergência climática 

Pesquisas mostram percepção sobre impactos na saúde por conta da emergência climática - Fitec Tec News

Estudos mostram o que é perceptível há muito tempo: como a emergência climática impacta a nossa saúde, e isso engloba muitos mais que a ecoansidade, assunto já tratado aqui.  Um desses levantamentos foi feito pela Ipsos-Ipec, encomendado pelo laboratório farmacêutico AstraZeneca, revelando que 94% dos brasileiros acreditam que as mudanças no clima podem prejudicar a própria saúde ou a de seus familiares e 68% afirmam que isso muito prejudicial.

Dr. Gustavo Faibischew Prado, PhD em Pneumologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e chefe da Pneumologia na Rede D’Or (São Paulo – Leste), destaca que pessoas com doenças respiratórias crônicas, como a asma, são mais vulneráveis à interferência de fatores ambientais e sociais.

“Essas mudanças extremas podem afetar a hiperreatividade das vias aéreas tanto diretamente, como no caso do ar frio, quanto indiretamente, por meio do aumento da exposição inalatória à poluição do ar e aeroalérgenos”, explica o médico.

Os prejuízos à respiração, aliás, encabeçaram o tópico da pesquisa, pois 42% já buscaram atendimento alguma vez por tais problemas; 62% relataram algum sintoma, como alergias (46%) e asma (11%).

 

O “clima” da saúde mental

 

Enquanto o corpo sente os efeitos desses fenômenos, reiteramos como saúde mental é profundamente impactada, especialmente às populações vulneráveis economicamente. Um estudo do Instituto Cactus, organização independente e referência na promoção da saúde mental, em parceria com a AtlasIntel, especializada em inteligência de dados, mostrou que 54% dos brasileiros se preocupam diariamente ou semanalmente com os impactos da crise climática.

Como consequência, 42% acredita que as mudanças climáticas tiveram impacto em sua saúde mental, sendo as mulheres o grupo mais atingido, com 47,4%, enquanto entre os homens esse índice é de 27,9%, aponta a 4ª coleta do Panorama da Saúde Mental.

Maria Fernanda Quartiero, diretora-presidente do Instituto Cactus, frisa que esse cenário se reverbera no cotidiano e na saúde mental de milhões de brasileiros, pois não envolve somente a questão ambiental, mas também humana e social.

“Quando uma família perde a casa em um desastre, ou quando uma chuva mais forte desperta o medo de perder o pouco que tem, isso também afeta o equilíbrio mental. As transformações do clima ameaçam a segurança, a moradia e os vínculos comunitários. Por isso, trabalhar para mitigar as mudanças climáticas é também cuidar da saúde mental individual e coletiva”, avalia a gestora, ao site Medicina S/A.

 

Por Keli Vasconcelos – Jornalista

Foto: Anna Bizon; gpointstudio; Freepik

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