Informações coletadas via satélite já fazem parte do cotidiano e na sustentabilidade, isso não é diferente. No estado de São Paulo, essas amostragens via satélites são utilizadas para identificar infrações ambientais e orientar o planejamento territorial.
Segundo o levantamento do Sistema de Monitoramento por Satélite (SMAS), 65% das cidades e órgãos estaduais que aderiram à ferramenta autuaram irregularidades em até 30 dias após receberem alertas entre outubro de 2024 e março deste ano, sendo aplicados embargos ou multas em 122 pontos verificados em campo.
Mogi das Cruzes, São Lourenço da Serra e São Sebastião são os municípios que lideram o volume de autuações. “O desempenho reflete um modelo de governança mais cooperativo, em que Estado e municípios compartilham dados e responsabilidades. É essencial para transformar monitoramento em políticas públicas mais assertivas e planejadas, tema central nas discussões globais sobre o clima e sustentabilidade”, informa nota do governo estadual.
Satélites: do dado à ação
Como visto, os dados de satélites se posicionam cada vez mais como aliados estratégicos, fornecendo transparência e rastreabilidade, e, consequentemente, fortalecendo compromissos corporativos e projetos de restauração. Para se ter uma ideia, de acordo com o MapBiomas, as áreas urbanizadas no Brasil somavam 4,1 milhões de hectares em 2023, ou 0,5% do território nacional. Desde 1985, o crescimento foi de 2,4 milhões de hectares a um ritmo de 2,4% ao ano.
A combinação de dados ópticos e índices de vegetação, como o NDVI (Índice de Vegetação por Diferença Normalizada, indicador de sensoriamento remoto que mede a saúde e a vitalidade da vegetação), permite, por exemplo, mapear áreas degradadas, florestas em recuperação e pressões sobre ecossistemas sensíveis. É o que explica Adriano Junqueira, especialista em Sistema de Informação Geográfica (GIS) e Sensoriamento Remoto, Ph.D. em Engenharia Mecânica (Satélites).
“A resolução geográfica e a frequência temporal dos dados de satélite ajudam as agências a localizar onde estão ocorrendo eventos como secas repentinas, enchentes, deslizamentos e vazamentos de óleo e a compreender as dinâmicas dessas mudanças no dia a dia, especialmente em áreas remotas e de difícil acesso”, ressalta Junqueira.
Por Keli Vasconcelos – Jornalista
Foto: Agência SP/Divulgação
