Como a sua empresa administra o consumo de água nas operações? A agenda da chamada water positive (água positiva) está ganhando força e grandes corporações estão aderindo a alternativas para devolver ao planeta o consumo desse bem imprescindível.
Aa big tech Microsoft conta com sistema para tornar-se uma empresa positiva para a água até 2030 (mais informações aqui) e entre as ações está a promoção de programas de investimento e proteção ambiental. “Desde 2019, investimos mais de US $ 7 milhões em projetos em todo o mundo, desde a proteção de bacias hidrográficas até a eficiência da água agrícola. No futuro, vamos ampliar nosso trabalho com investimentos em entidades sem fins lucrativos e do setor privado que estão trabalhando para resolver desafios críticos de água”, informa comunicado.
No Brasil, o cenário tem fôlego, principalmente com o Marco Legal do Saneamento, entretanto, ainda inspira desafios: de acordo com a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), 40% dos municípios podem enfrentar risco de desabastecimento nos próximos anos, e a Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta que o reúso responde por menos de 2% do consumo total de água no país. Globalmente, o Banco Mundial estima que apenas 2% da água residual é reutilizada na América Latina, o que revela o potencial de crescimento desse mercado.
Para Lorena Zapata, diretora de Novos Negócios e Sustentabilidade da Engeper Ambiental e Perfurações, especializada em executar gestão hídrica 360°, agenda water positive é essencial não apenas para o meio ambiente, mas à continuidade dos negócios, já que ao adorarem essa ideia, ganham competitividade e confiança dos investidores.
“As metas dessas corporações incluem reflorestamento, reabastecimento de aquíferos, captação de água da chuva e adoção de tecnologias avançadas de tratamento de efluentes. Esse compromisso global em expansão tem estimulado um número crescente de empresas brasileiras a investir em inovação hídrica”, explica a gestora.
Gestão hídrica integrada em prol da água positiva
Outro ponto que pode ajudar está na gestão hídrica integrada em prol da água positiva, ou seja, que integra a captação, monitoramento, tratamento e reuso, o que envolve, por exemplo, a dessalinização, desse recurso. “Organizações capazes de monitorar o consumo em tempo real, ajustar processos rapidamente e antecipar cenários extremos não apenas reduzem riscos, mas também conquistam uma vantagem competitiva significativa. No futuro, a autonomia hídrica será tão determinante para o sucesso dos negócios quanto qualquer outro recurso crítico”, frisa a gestora da Engeper.
Outro meio é o reúso de água, como no caso da parceria entre o Governo de Minas Gerais, por meio da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), e a Aperam BioEnergia para o reaproveitamento dos efluentes tratados na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de Itamarandiba, no Vale do Jequitinhonha.
O Projeto Água Circular, assinado em outubro, vai beneficiar mais de 20 mil moradores da região. “Com a parceria, a Copasa vai disponibilizar 35 litros de água de reúso, tratada na ETE, por segundo, gerando em uma economia anual de 1,1 milhão de metros cúbicos de água. Equivalente a 450 piscinas olímpicas, o volume será reaproveitado nos processos agroindustriais da empresa”, informa comunicado.
Por Keli Vasconcelos – Jornalista
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