Energia

Transportes: integração de energias renováveis amplia oferta para híbridos e elétricos

Transportes integração de energias renováveis amplia oferta para híbridos e elétricos - Fitec Tec News

Seja pelo compromisso de descarbonizar, seja por benefícios como a isenção de impostos em alguns estados, a inserção de veículos elétricos e híbridos veio para ficar no Brasil. Em números, cresceram acima de 80% no país em 2024, impulsionados por 100% elétricos (BEV) e híbridos plug-in (PHEV), que juntos representaram 71% do total de vendas no segmento, com 125.624 unidades, segundo a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE). Esse cenário favorece a sustentabilidade no setor de transportes.

Eis que surge a demanda por soluções em carregar/abastecer esses modelos. De acordo com o Balanço Energético Nacional 2025, publicado pela Empresa de Pesquisa Energética, em parceria com o Ministério de Minas e Energia (MME), os eletrificados plug-in (recarregados na tomada) no Brasil saltou de 1,9 mil unidades em 2020 para 215 mil em 2024.

A combinação entre elétricos e energia solar deixou de ser uma tendência e essa convergência une competitividade, inovação e sustentabilidade, criando um ecossistema energético descentralizado e mais eficiente. É o que ressalta Rica Legname, sócio-fundador da Spott, gestora de recargas.

O especialista elucida que essa integração vai além de instalar painéis fotovoltaicos ou pontos de recarga e sim no desenvolvimento de sistemas inteligentes capazes de conectar geração, consumo e operação em tempo real. “Essas plataformas de gestão e dados permitem que a energia solar se torne efetivamente pertinente para mobilidade, transformando o sol em combustível renovável e nacional a veículos individuais, frotas corporativas e transporte público”, comenta Legname.

 

Biocombustíveis nos transportes

Referência mundial na produção e abastecimento de biocombustíveis, os veículos híbridos também estão no radar de quem opta por soluções mais vantajosas para o bolso e ao planeta.

Para o professor Luiz Augusto Horta Nogueira, especialista em sistemas energéticos na Universidade Federal de Itajubá (Unifei/MG) e pesquisador do Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético da Universidade de Campinas (Unicamp/SP), a questão não envolve qual modelo escolher, mas o combustível utilizado nos motores.

Em entrevista à Agência FAPESP, o professor comenta que os motores têm a capacidade de usar energia química que não precisa ser armazenada em baterias, que, segundo o professor, são mais custosas e contam com impactos ambientais mais complexos. Na visão de Nogueira, se faz necessário distinguir os tipos de combustíveis, ou seja, os derivados de petróleo não têm mais interesse por conta do histórico negativo ambiental, já os biocombustíveis têm a sua relevância mais evidenciada.

 

Por Keli Vasconcelos – Jornalista

 

Foto: Maria Ibanez; Freepik

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